Eleição em Diadema: maioria das promessas foi concluída, mas cidade tem desafios na saúde

No dia 6 de outubro de 2024, os 426.757 mil eleitores de Diadema, na Grande São Paulo, escolhem um dos quatro candidatos que estão na disputa pela prefeitura da região e votam também em um dos 410 vereadores que concorrem a uma das 21 vagas no legislativo.

Diadema tem quatro candidatos na disputa: Marcio da Farmácia (Podemos), Gesiel Duarte (Republicanos), Taka Yamauchi (MDB) e José de Filippi Jr (PT), o atual prefeito de Diadema.

De acordo com levantamento feito pela Agência Mural, 90% das metas que estavam no Programa de Governo Participativo 2021-2024, foram cumpridas, enquanto 10% não saíram do papel ou não foram concluídas. Foram 143 entregues e outras 15 que não saíram do papel.

Algumas das metas que não foram entregues pela gestão do candidato petista estão relacionadas ao meio ambiente. Pautas como a implantação de um Parque Ecoturístico às margens da Represa Billings, na região do Eldorado, e a criação de um corredor verde, não avançaram.

Além disso, também não foi concluído o plano de incentivo às finanças solidárias, por meio de bancos comunitários e moeda social. Outro ponto que também não chegou a sair do papel é a implantação do wi-fi livre no transporte público.

Para Joelma da Silva, 57, dona de casa e moradora do bairro Taboão, em Diadema, a mobilidade é uma questão negativa na cidade. “O acesso aos lugares não é muito bom aqui. Os ônibus são muito demorados, lotados e quebram com frequência”, conclui ela.

O candidato do PT, que está em busca da reeleição, já havia governado a cidade em outros três mandatos, entre 1993 e 1996, dois consecutivos entre 2001 e 2008 e o mais recente, de 2021 a 2024.

O plano de metas apresentado pela gestão de Filippi foi estruturado em cinco eixos principais: Cidade saudável e mais humana; Cidade de oportunidades; Cidade com cultura de paz e inclusão social; Cidade educadora, de direitos e conectada; Cidade para as pessoas, democrática e sustentável.

Em cada eixo, do plano foram detalhadas ações a serem implementadas em diferentes áreas, como saúde, educação, segurança, economia e infraestrutura.

Em 2020, antes de assumir a prefeitura, o candidato disse em debate realizado pelo Grupo ABC News, que a prioridade da gestão seria a saúde. Na época, o mundo passava por uma pandemia de Covid-19 e o então candidato se comprometeu a fazer políticas para enfrentamento da crise e para melhorar a saúde na cidade.

Os principais planos da gestão relacionados à saúde, como a criação do Novo Hospital Municipal e a reforma das 20 Unidades Básicas de Saúde, foram concluídos. No entanto, a promessa de implantar o Portal Meu SUS, com acesso seguro a todas as informações de saúde do paciente, além de agendamento e histórico de consultas, exames e resultados, não foi entregue.

Apesar da gestão ter entregue o prometido para a saúde pública, Joelma conta que avalia como ruim o atendimento médico na região. “Tenho diabetes, e tive que buscar atendimento médico em São Paulo, porque estava sendo atendida por enfermeiras”, revela.

Ela ainda alega que o neto de 10 anos, pessoa do espectro autista, tem dificuldades para dar andamento ao acompanhamento médico e não consegue agendar uma consulta com o neurologista.

Outra promessa que Filippi estipulou no plano de governo, era a realização de mais eventos culturais em Diadema, o que de fato saiu do papel. Durante a gestão do atual prefeito, eventos gratuitos como festas juninas e festas de final de ano foram realizados na Praça da Moça, centro da cidade.

“Os shows na Praça da Moça foram muito bons. Foi um momento de ver cantores famosos que não conseguiria ver em outro lugar pelo preço”, conta Iago França, 24, analista de desenvolvimento e morador de Diadema.

Pautas para a juventude

Em relação às juventudes, a gestão focou em educação e inserção no mercado de trabalho, retomando o Programa Adolescente Aprendiz e repassando mais de R$ 200 milhões para melhorias nas escolas.

O Quarteirão da Educação também chegou a 50% das obras concluídas, além da abertura das escolas municipais aos finais de semana e nos períodos de férias.

Outro ponto de destaque também foi a viabilização do Serviço Republica Jovem, o espaço é pensado para abrigar temporariamente jovens de 18 a 21 anos, oferecendo proteção social, apoio e moradia subsidiadas, após desligamento dos serviços de acolhimento.