No Nordeste, 1 em 4 candidatos a prefeito das capitais ignora prevenção a chuvas

Por Karina Dantas/Agência Tatu

Apesar de a maioria das capitais do Nordeste sofrerem com os impactos dos desastres causados pelas chuvas, principalmente com os efeitos das mudanças climáticas, 28,4% dos candidatos a prefeito dessas cidades não apresentaram em seus programas de governo propostas que busquem mitigar ou prevenir esses impactos ambientais.

A Agência Tatu analisou as propostas de governo de cada um desses candidatos, com metodologia própria que pode ser conferida ao final da reportagem.

Das nove capitais nordestinas, quatro não contam com um Plano de Mudanças Climáticas, enquanto cinco possuem nível alto ou muito alto em dois índices relacionados a riscos de desastres geo-hidrológicos — aqueles causados por chuvas intensas.

Os dados sobre os riscos de desastres geo-hidrológicos são da plataforma AdaptaBrasil do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que apresenta índices e indicadores de risco de impactos das mudanças climáticas no país. Já o levantamento sobre capitais que não possuem um Plano de Mudanças Climáticas foi realizado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), em maio de 2024.

Dos 67 candidatos à prefeitura nas capitais do Nordeste nas Eleições Municipais de 2024, 41 propõem alguma ação diretamente relacionada à prevenção ou mitigação de desastres ambientais geo-hidrológicos; 7 mencionam parcialmente — quando a proposta de governo fala sobre a possibilidade de riscos ou desastres por chuva intensa, mas não apresenta uma ação direta de mitigação ou prevenção; e 19 não mencionam de forma alguma.

Levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).