A Justiça de Campinas marcou para o dia 10 de outubro o julgamento, pelo tribunal do júri, de um homicídio ocorrido dentro da Unicamp (Universidade de Campinas), em setembro de 2002. Luiz Felipe do Paraná Fischer, na época com 17 anos, morreu baleado durante um show da banda Titãs. O dono da empresa que fazia a segurança do evento, Flávio Rubens Couto, é apontado pelo Ministério Público como responsável pelos disparos.

O garoto vendia pulseiras do lado de fora do ginásio de esportes onde acontecia o show quando uma confusão começou. Uma multidão teria tentado entrar na festa sem pagar e os seguranças contratados dispararam para tentar conter o tumulto.

Testemunhas ouvidas na época pela polícia apontaram Flávio Rubens Couto como autor do crime. Além disso, o exame balístico apontou que o projétil que causou a morte de Luiz Felipe era de uma pistola 380, mesmo tipo de arma apreendido com o empresário.

Complexidade

Para o advogado especialista em Direito Criminal Paulo Henrique de Moraes Sarmento, o prazo de 21 anos é longo, mas pode ser explicado pela complexidade do processo.

“São muitos fatores que podem explicar a demora em julgamento como esse. O inquérito policial longo, com muitas testemunhas e suspeitos a serem ouvidos, o processo em papel, os recursos nas diferentes fases. Não é algo simples de se fazer caminhar”, explica.

Homicídio dentro da Unicamp – processo longo

Entre recursos, suspensões e pedidos de produção de provas, o processo contra ele se arrastou pelos últimos 21 anos. A designação do júri, contudo, não garante a sua realização.

O desaparecimento de uma arma de projetéis apreendidos durante a investigação, inclusive, provocou a suspensão do julgamento, que havia sido designado para maio do ano passado. A Polícia Civil e o Instituto de Criminalística chegaram a realizar buscas em seus prédios e num batalhão da Polícia Militar, mas o material não foi encontrado.

A defesa do empresário insiste na realização de diligências para localização do material. Os últimos pedidos, no entanto, foram deferidos parcialmente pelo juiz Bruno Cassiolato, que conduz o processo. No despacho em que marcou o julgamento, o magistrado admitiu que provas do processo “não foram localizadas”.

Sem a apresentação dessas provas, os advogados do réu podem buscar nos tribunais superiores uma nova suspensão do julgamento. O réu aguarda o desfecho do caso em liberdade.

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Divulgação/Unicamp - Luiz Felipe do Paraná Fischer foi vítima de homicídio dentro da Unicamp

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