Câmara rejeita audiência sobre morte de menina picada por escorpião

Treze vereadores de Piracicaba votaram contra audiência pública para esclarecimentos sobre morte de criança

Por Da Redação

Criança que por picada de escorpião recebeu primeiro atendimento na UPA Vila Cristina

A Câmara Municipal de Piracicaba rejeitou por 13 votos a 7 o requerimento que solicitava audiência pública para esclarecimentos a respeito do atendimento prestado a Jamilly Duarte, de 5 anos, no dia 11 de agosto na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Frei Sigrist, na Vila Cristina. A criança foi picada por um escorpião e levada à unidade pela mãe, mas não recebeu no local o soro antiescorpiônico, apesar de a unidade ser referência no Estado para esse tipo de acidente com animal peçonhento. Após mais de duas horas, a criança foi transferida para a Santa Casa, em estado grave, onde recebeu o soro, mas não resistiu e morreu no sábado (12), de manhã. O Ministério Público questiona a Secretaria Municipal de Saúde e pode abrir inquérito sobre o caso. A Prefeitura informou que apura o caso em sindicância.

A audiência na Câmara foi solicitada pelo vereador Pedro Kawai. O texto do requerimento destaca “que foi noticiado, uma possível causa da morte da criança se deu por conta da demora no atendimento e na aplicação de soro antiescorpiônico na criança que, certamente, neutralizaria o veneno do animal peçonhento na circulação sanguínea.”

O requerimento convocava para audiência pública o secretário municipal de Saúde, Douglas Yugi Koga, a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses de Piracicaba, Eliane Carvalho, o representante legal do Hospital Mahatma Gandhi, Luciano Lopes Pastor, a coordenadora de contrato do Hospital Mahatma Gandhi, Rafaella Giraldi e o responsável pelo plantão da UPA da Vila Cristina no último dia 11. Desde de julho, a UPA Vila Cristina e a UPA Vila Sônia são administradas pelo Hospital Mahatma Gandhi, em uma iniciativa de terceirização promovida pelo prefeito Luciano Almeida.

No papel de líder do prefeito, o vereador Josef Borges (Solidariedade) afirmou que “uma audiência pública não é para fiscalizar”. Ele justificou que o Ministério Público abriu inquérito e que a UPA da Vila Cristina e a prefeitura abriram sindicâncias. Ele ainda declarou que usar um requerimento para dizer que fará uma investigação e não investigar “não respeita o luto da família”. Além dele, votaram contra a audiência os vereadores Ary Pedroso Jr (Solidariedade), Zezinho Pereira (União Brasil), Paulo Henrique (Republicanos), Paulo Camolesi (PDT), Valdir Marques (Cidadania), o Paraná, Rerlison Rezende (PSDB), o Relinho, Acácio Godoy (PP), Alessandra Bellucci (Republicanos), Anilton Rissato (Patriota), Fabrício Polezi (Patriota), Gustavo Pompeo (Avante), Josef Borges (Solidariedade) e Sérgio da Van (PL). Já os vereadores Paulo Campos (Podemos) e Thiago Ribeiro (Podemos) estavam ausentes no momento da votação.

O vereador Pedro Kawai (PSDB), autor do requerimento que solicitava a audiência pública, declarou que respeita o voto dos demais vereadores, no entanto, não admite que o acusem de “usar o luto de uma família” para querer achar respostas. “Eu quero respostas, estou fazendo meu papel como agente público”, afirmou o vereador.