Estiagem e obras em ETA agravam desabastecimento de água em Piracicaba

Houve uma diminuição de cerca de 16% na produção de água tratada

Por Da Redação

Estação de tratamento de água do Capim Fino, em Piracicaba

A estiagem que Piracicaba enfrentou até esta sexta-feira (09) prejudicou o tratamento da água dos rios Piracicaba e Corumbataí, que abastecem a cidade. Segundo o Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), houve uma diminuição de cerca de 16% na produção de água tratada nos últimos dias por conta da baixa vazão. Além disso, a necessidade de adequação do sistema de tratamento de água pela ETA (Estação de Tratamento de Água) Luiz de Queiroz resultou também em uma redução de 32% na capacidade de produção de água tratada.  O resultado desses fatores combinados foi o agravamento do desabastecimento de água em vários bairros da cidade nos últimos dias.

Por esse motivo e para tentar reduzir os efeitos da diminuição e garantir o abastecimento em regiões periféricas, o Semae contratou caminhões-pipa para abastecer os reservatórios mais distantes.

De acordo com a autarquia, fatores como a baixa qualidade da água, que demanda maior tempo para tratamento, e o aumento no consumo devido às altas temperaturas, ocasiounou a recuperação mais lenta dos reservatórios e instabilidade no fornecimento de água tratada.

Atualmente, 20% da água que abastece o município vem do rio Piracicaba, considerado um manancial com alto grau de vulnerabilidade devido ao índice de poluição por esgoto doméstico vindo de outros municípios amontante, e o restante, 80%, do rio Corumbataí. Com a estiagem dos últimos meses, que em agosto baixou a vazão do rio Corumbataí em cerca de 60% em relação ao mesmo período do ano passado, e a do Piracicaba em cerca de 30%, a qualidade da água piorou na última semana. 

ETA LUIZ DE QUEIROZ

O Semae trabalha na adequação do sistema de tratamento de água da ETA Luiz de Queiroz e, para isso, teve de diminuir a produção de água tratada nas últimas semanas de 750 litros/s para 500 litros/s, 33% a menos. As obras de adequação da ETA incluem a instalação da segunda tubulação de recalque entre o reservatório e os decantadores, já realizada, além de sistema de tratamento de lodo por meio de bags (bolsas), o material também está sendo transportado em caminhões para a ETE Ponte do Caixão durante as operações de adequação da estação. Com isso, a produção de água na ETA deve ser normalizada em 10 ou 15 dias. Essa solução técnica foi apresentada pelo Semae e Prefeitura e aprovada pelo Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), órgão do Ministério Público, e pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), em várias reuniões.