O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) realizou um protesto na manhã desta segunda-feira (07) na Usina São José, apontada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) como a responsável pela mortandade de toneladas de peixes no Rio Piracicaba e na APA (Área de Preservação Ambiental) do Tanquã, em julho de 2024. A usina foi multada pela Cetesb em R$ 18 milhões, processo está na fase de recurso. Além da multa, a Usina perdeu a licença de operação.

A intenção do grupo era fazer a ocupação da área da usina, mas a ação foi impedida pela Polícia Militar. Com o impedimento, os integrantes do Movimento se dirigiram à Praça José Bonifácio, em Piracicaba, onde realizaram na manhã uma ação pacífica. De acordo com lideranças do Movimento, a ação faz parte da Jornada de Abril do MST quando famílias Sem Terra de todo o Brasil realizam ações para exigir a reforma agrária e denunciar o agronegócio.

“Os Sem Terra em luta em Rio das Pedras pleiteiam a realização da reforma agrária em áreas onde ocorreram crime ambiental, como as terras do Grupo Farias (proprietário da Usina), para substituir a morte e envenenamento pela produção de alimentos saudáveis e respeito ambiental em assentamentos rurais”, diz a nota enviada à redação do Giro 19.

Em julho de 2024 a Usina lançou resíduos agroindustriais no Ribeirão Tijuco Preto, afluente do Rio Piracicaba. O derramamento de melaço de cana de açúcar, subproduto industrial da usina de canavieira percorreu cerca de 70 quilômetros até chegar na Área de Proteção Ambiental Tanquã.

“Estamos aqui para denunciar que o agronegócio representa a morte, tanto dos peixes e animais, como da vida humana porque muita gente foi afetada. A reforma agrária precisa ser realizada, nosso objetivo é produzir alimentos para a população da região de Piracicaba e Campinas, alimentos sem veneno, através da agroecologia, por isso exigimos dos órgãos responsáveis a realização de assentamentos das famílias Sem Terra nas terras da Usina São José e do Grupo Farias”, afirmou a direção nacional do MST.

O Giro 19 pediu posicionamento para o escritório de advocacia que representa a Usina. Esse texto será atualizado quando recebermos a resposta.

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Divulgação - Integrantes do MST fazem protesto na Praça José Bonifácio, em Piracicaba

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