A reunião realizada em 8 de outubro de 2025, em Piracicaba, avançou nas negociações de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) voltado à reparação dos danos ambientais provocados pela mortandade de peixes registrada em julho deste ano no Rio Piracicaba. O encontro reuniu representantes do Ministério Público, CETESB, municípios afetados, pescadores e da Usina São José.

O objetivo do TAC é definir responsabilidades, garantir o monitoramento contínuo da qualidade da água, promover o repovoamento de espécies e estabelecer indenizações sociais e econômicas aos pescadores e comunidades atingidas.

Responsabilização e medidas ambientais

Os promotores de Justiça Ivan Carneiro Castanheiro e Alexandra Facciolli Martins, do GAEMA PCJ-Piracicaba, apresentaram as diretrizes do acordo, que deve obrigar a Usina São José a:

  • Eliminar totalmente os lançamentos de efluentes no rio;
  • Executar obras de reparação ambiental e manter estruturas de segurança, conforme normas da CETESB;
  • Implantar um sistema de monitoramento ambiental contínuo por pelo menos 10 anos;
  • Repor peixes no Rio Piracicaba, com projetos aprovados pela CETESB;
  • Indenizar pescadores afetados;
  • E executar ações compensatórias, como o saneamento do núcleo habitacional do Tanquã, revegetação das margens e apoio à gestão ambiental de órgãos públicos.

Também será discutida com o Governo do Estado a conversão da multa ambiental de R$ 18 milhões em ações diretas de recuperação ambiental na região.

Estudos técnicos e monitoramento

Os participantes definiram que o TAC deverá incluir estudos químicos dos sedimentos e da biota, amostragens em diferentes pontos do rio e colaborações com universidades para garantir rigor científico.
A CETESB propôs a instalação de duas estações automáticas de monitoramento da qualidade da água e de uma nova estação na foz do Rio Corumbataí, ampliando a vigilância sobre a poluição e o comportamento hidrológico do sistema.

Indenizações e compensações sociais

A proposta de indenização apresentada pelos advogados dos pescadores prevê:

Um salário mínimo mensal por 10 anos para cada pescador afetado;

R$ 10 mil por dano moral individual;

R$ 4,6 milhões em compensações por danos ecossistêmicos e à biodiversidade, a serem revertidos em projetos ambientais;

E indenização por danos morais coletivos, considerando o impacto paisagístico, turístico e social do desastre.

Os municípios também apresentaram levantamentos de custos com auxílio emergencial, como distribuição de cestas básicas, que devem ser incorporados às negociações.

Ações de compensação e transparência

Entre as medidas sociais e ambientais em discussão estão o reflorestamento de 10% das áreas afetadas, a criação de um memorial sobre o desastre, programas de educação ambiental e uma página pública de transparência para acompanhamento do TAC.
Está prevista ainda a formação de um comitê gestor, com participação do Ministério Público, CETESB, municípios, pescadores, sociedade civil e Usina São José, responsável por acompanhar as ações e divulgar relatórios semestrais.

Próximos passos

A minuta da ata da reunião será enviada aos participantes para revisão em até cinco dias úteis. Após ajustes, será consolidada uma proposta de TAC, que será encaminhada à Usina São José, com prazo de 30 dias para manifestação.

O promotor Ivan Carneiro Castanheiro destacou que o encontro representou “um marco na responsabilização ambiental e social, com avanços significativos no diálogo e nas propostas de recuperação do rio”. Ele também ressaltou a “mudança de postura da Usina São José”, que demonstrou abertura às negociações, em contraste com reuniões anteriores.

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CETESB | Indenização | Pescadores | Rio Piracicab

Divulgação - Lançamento de efluente no Rio Piracicaba provocou mortandade de peixes

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