Relatório da CPT aponta maior número de conflitos no campo dos últimos 40 anos

Por Jeniffer Oliveira

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou nesta semana o relatório Conflitos no Campo Brasil, que apontou o maior número de conflitos no campo desde o primeiro levantamento, em 1985. A 38ª edição revelou que, em quase quatro décadas acompanhando os dados de violências ligadas a questões agrárias no país, também houve o aumento no número de vítimas de violência, violência contra indígenas e mulheres.

Ao total, foram registrados 2.203 conflitos em 2023, 7,46% maior que o ano anterior, que registrou 2.050 casos. O relatório foi dividido em três eixos principais: terra, água e trabalho. A maioria das ocorrências registradas foram por terra, com 1.724 casos, seguidos de ocorrências de trabalho escravo rural, com 251 casos e conflitos pela água, com 225.

Desse total, foram 950.847 pessoas envolvidas, na disputa por quase 60 milhões de hectares (exatos 59.442.784 ha), em todo o Brasil. O número de pessoas é 2,8% maior em relação às 923.556 envolvidas em 2022, no entanto, a área em disputa é 26,8% menor do que os pouco mais de 81 milhões de hectares disputados no mesmo período de comparação.

Em todos os eixos, há a categoria violência contra a pessoa, com informações para os indivíduos diretamente afetados nos territórios. Foram 554 ocorrências, que afetaram 1.467 pessoas. Representando o terceiro maior número de casos nos últimos dez anos, se comparado ao ano anterior, houve um aumento de 36,4% no número de vítimas e uma redução de 1,2% nos números total de ocorrências.

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