A população negra cresceu em toda a Grande São Paulo e chegou a 45,4% dos 20 milhões de habitantes. No entanto, essa alta se distribuiu de forma diferente pelas 39 cidades, sendo que onde há mais jovens há mais pretos e pardos, e onde há mais pessoas com mais de 60 anos, há mais população branca.

É o que mostram dados levantados pela Agência Mural no último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Realizado em 2022, o estudo mostra o município de Francisco Morato, na região norte, com a maior população negra da Região Metropolitana de São Paulo. Ao todo, 62,1% dos moradores se declararam pretos ou pardos. Um aumento de 17,4% em relação ao estudo feito em 2010.

A população negra é constituída por quem se declara preto ou pardo. Os entrevistados pelo IBGE também puderam se declarar brancos, amarelos ou indígenas.

Os dados também podem indicar a desigualdade vivida por essas populações. Francisco Morato é o município de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), apesar dos dados serem de 2010. Também apresentava menor renda em 2020.

A cidade é seguida por Embu das Artes que alcançou a segunda colocação em 2022, com 61,4% de moradores negros, após apresentar queda nos habitantes das raças branca e amarela, que tiveram redução de 10,7% e 45,2%, respectivamente.

Itapevi, Itaquaquecetuba, Pirapora do Bom Jesus, Itapecerica da Serra, Ferraz de Vasconcelos, Rio Grande da Serra, Franco da Rocha e Diadema completam as 10 cidades com maior número de residentes pretos e pardos da Grande São Paulo.

No censo de 2010, pardos representavam 32,8% da população enquanto pretos eram 6,4%, o que correspondia a 39,2% de negros na Região Metropolitana. Já em 2022, o número subiu para 45,4% dos habitantes.

Atualmente, a Região Metropolitana de São Paulo é composta por 20,7 milhões de pessoas. Os habitantes da região ficam divididos entre 1,6% de amarelos, 52,8% de brancos, 0,1% de indígenas, 35,6% de pardos e 9,7% de pretos.

Nos últimos 12 anos, a população negra teve crescimento percentual maior do que a total em todos os municípios da Grande São Paulo e reflete o que é visto no Brasil.

De acordo com o IBGE, pela primeira vez, desde 1991, a maior parte dos brasileiros, 45,3%, se declaram pardos. Somando com os que se declararam pretos, a porcentagem chega a 55,5%.

Mais velha e mais branca

Os números também mostram que há uma correlação entre raça e faixa etária nos municípios da região metropolitana. Das 10 cidades com a maior porcentagem de pessoas negras, oito estão entre as que possuem o maior índice de pessoas com idades até 29 anos. Isso também é percebido na outra ponta da tabela. As cidades com a menor porcentagem de negros têm menos jovens e crianças.

Entre as cidades com maior faixa etária, São Lourenço da Serra, Mairiporã e Guararema são as exceções. Nos 12 anos entre os censos, os três municípios tiveram um grande crescimento na população negra, com as duas últimas tendo registrado aumento de mais de 50% de negros em seu território.

Já a cidade mais branca da Grande São Paulo é São Caetano do Sul, com apenas 18,% de negros. Ainda assim, o número de pretos e pardos subiu de 19.203 para 30.687 entre 2010 e 2022, um salto de 59,8%.

O último Censo também revelou que 24 municípios registraram um encolhimento da população de outras raças. Neste quesito, Juquitiba lidera com a diminuição de seus residentes amarelos em 50%, brancos em 14,6% e indígenas em 5,6%. No total, a cidade perdeu 4,6% de seus moradores. No período, pretos e pardos tiveram um crescimento de 13,2%.

Agência Mural

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