Será lançado, nesta sexta-feira (26), o projeto Acervo do Vídeo Popular em Pernambuco, que recuperou quase 200 fitas captadas por movimentos sociais e organizações populares atuantes no estado entre os anos de 1980 e 1990. As produções são da TV Viva, do SOS Corpo e do Movimentos dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Foram dois anos de pesquisa e digitalização. O evento de lançamento será às 18h no Centro de Cultura Luiz Freire, em Olinda, e contará com a exibição de oito desses vídeos, seguida de uma roda de conversa. O site/repositório videopopularpe.com.br disponibiliza gratuitamente o acervo digitalizado e categorizado.

Essa produção audiovisual incidiu e participou de acontecimentos decisivos da história pernambucana recente, como a campanha pelas eleições diretas e a formulação da Constituição de 1988, ficando conhecida, em conjunto com produções de outras regiões, como Movimento do Vídeo Popular.

Entre os filmes dessa primeira mostra, desta sexta (26), estão Profissão Doméstica, de 1985, da TV Viva; cenas do grupo de Teatro Loucas da Pedra Lilás, filmadas em 1989 pelo SOS Corpo; e o discurso de Jaime Amorim em frente ao Fórum de São Bento do Una, em 1998, registrado pelo MST. A ocasião marca também a celebração dos 40 anos da TV Viva, um dos principais coletivos de comunicação independente de Pernambuco.

A mostra faz parte de um ciclo de exibições públicas que, neste segundo semestre, passará também pelo Armazém do Campo (equipamento cultural do MST), pela sede da organização feminista SOS Corpo e pela Cinemateca Pernambucana. A programação completa está no Instagram @acervodovideopopularpe. O projeto tem incentivo do Sistema de Incentivo a Cultura (SIC), da Prefeitura do Recife, e da Lei Paulo Gustavo.

“O projeto nasce da pergunta ‘O que a produção audiovisual gestada na parceria entre realizadores e movimentos sociais no passado recente tem a nos ensinar hoje?’”, explica Vinícius Andrade, coordenador da pesquisa. “Era um contexto de vitalidade e participação democrática e popular efervescentes que são muito inspiradoras e que precisam ser preservadas”, afirma Caioz, produtor e responsável pela gestão técnica do projeto. “O material vasto que digitalizamos tem a potência de narrar as lutas a partir do ponto de vista autônomo dos movimentos sociais e isso é precioso e não pode se perder com o tempo”, completa.

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