Com cachês atrasados, frevo entra na campanha eleitoral em Olinda

Por Raíssa Ebrahim

A comunidade do frevo de Olinda — entre agremiações, companhias de dança, orquestras e personalidades — listou 13 compromissos prioritários de ações e políticas públicas para o segmento a fim de garantir a preservação da manifestação, assim como dos seus artistas e profissionais. Os pontos foram apresentados em uma carta-compromisso de mais de 70 agremiações, assinada pelo candidato a prefeito Vinicius Castello (PT) na quinta-feira, 17 de outubro. No sábado (19), dezenas de agremiações arrastaram uma multidão pelas ladeiras do Sítio Histórico em apoio ao petista no segundo turno, que será no domingo (27).

O frevo é patrimônio imaterial do Brasil e da humanidade, reconhecido, respectivamente, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A comunidade enfrenta atualmente atraso e falta de transparência por parte da gestão do prefeito Lupércio Nascimento (PSD), que ainda não pagou todo o cachê da festa de 2024 de diversos grupos, entre eles nomes tradicionais responsáveis pela salvaguarda da manifestação, como Elefante de Olinda e Cariri.

“A comunidade do Frevo se organiza em prol dessas demandas por entender que Olinda, hoje, representa o maior e mais intenso espaço de produção e divulgação desta manifestação no estado de Pernambuco. Ao lado do fato de que Frevo, enquanto patrimônio cultural imaterial reconhecido no Brasil e no mundo deve ser alvo de atenção e prioridade das políticas públicas na promoção de salvaguarda dessa manifestação, seja através de garantia de formação, transmissão, infraestrutura e financiamento”, diz o comunicado das mais de 70 agremiações.

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