Antepassado de Collor teria escravizados em engenho na região do Quilombo dos Palmares

Por Bruno Fonseca

Antepassado de Collor teria escravizados em engenho na região do Quilombo dos Palmares

A investigação foi feita com apoio do Pulitzer Center

Se existe um termo que pode ser usado para a família Collor de Mello é: política. O ex-presidente brasileiro Fernando Affonso Collor de Mello e seus parentes formam um emaranhado de linhagens tradicionais do estado de Alagoas, que marcaram a história política do país, incluindo episódios que envolvem corrupção e assassinato. E agora, segundo a Agência Pública apurou, esse passado familiar também está relacionado à escravidão e às terras que restaram da destruição do quilombo mais conhecido da história do Brasil, Palmares.

O membro mais notório da família é, provavelmente, o próprio Collor, atualmente condenado a oito anos e dez meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por receber uma propina de R$ 20 milhões para influenciar contratos na BR Distribuidora com a empresa UTC Engenharia, entre 2010 e 2014. A defesa do político nega o crime. Um recurso apresentado pelo ex-presidente foi negado no dia 14 de novembro. O primeiro presidente brasileiro que perdeu o cargo por um processo de impeachment após o fim da ditadura de 1964, Collor foi o responsável por impulsionar o neoliberalismo e as privatizações e confiscar poupanças. A despeito disso, ele foi eleito senador por Alagoas duas vezes depois de ter sido retirado da Presidência.