O segmento de marmitas registrou um crescimento de 380% no Vale do Ribeira nos últimos seis anos, uma média de 63% ao ano, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae-SP. Entre 2018 e março de 2024, foram criados mais de 400 novos pequenos negócios do setor nos 15 municípios atendidos pelo escritório do Sebrae-SP, sendo que 95% deles são microempreendedores individuais (MEI).

O crescimento dos pequenos negócios de marmitas no Vale do Ribeira é maior do que o registrado no Estado de São Paulo, onde a média de aumento ficou em 49% ao ano. Os municípios com crescimento mais significativo são Eldorado, que tinha apenas um comércio de marmitas e passou a ter 19 (aumento de 1.800%); Registro, que aumentou de 10 para 133 empreendimentos em seis anos (crescimento de 1.230%); Itariri, que tinha apenas um e aumentou para 13 negócios (1.200% de aumento); e Cajati, que tinha cinco estabelecimentos fornecendo marmitas em 2018 e passou para 44 em 2024 (aumento de 780%).

Marylin Ribeiro de Matos trabalha no setor de marmitaria há mais de dez anos em Itariri e tem acompanhado a grande procura dos consumidores pelas quentinhas. “A correria do dia a dia leva muita gente a optar pela comida pronta”, comenta Marylin, que era funcionária da cozinha e passou a ser dona do negócio há nove anos.

Por muito tempo ela forneceu as marmitas apenas para duas empresas da construção civil. Depois de participar do projeto Sabores do Ribeira do Sebrae-SP, Marylin ampliou os negócios e, em 11 meses, as vendas aumentaram 80%. “Eu perdi o medo de divulgar e oferecer o meu trabalho. O Sebrae-SP despertou meu espírito empreendedor, aprendi a precificar e a administrar melhor a empresa”, revela Marylin. Ela fornece cerca de 1.200 marmitas por mês em Itariri, grande parte delas para funcionários da construção civil.

A consultora de negócios do Sebrae-SP no Vale do Ribeira, Regiane Rabelo Macedo, lembra que o hábito de pedir comida pronta por delivery se intensificou durante a pandemia. “Por necessidade ou oportunidade, muitos empreendedores apostaram no ramo de marmitas no período de pandemia e se mantêm até hoje. É importante estar atento às tendências do mercado e às necessidades dos consumidores”, comenta Regiane.

A pesquisa de preferências realizada pelo Sebrae-SP junto a 400 entrevistados por e-mail mostrou que as refeições mais procuradas em marmitas são os pratos tradicionais, mencionados por 73% dos entrevistados no Estado. Os alimentos saudáveis vêm em segundo lugar, com 61% das citações.  O pedido costuma ser feito principalmente por meio de aplicativos de entrega (82%) e restaurantes (79%). Os sites especializados em marmitas recebem 28% das solicitações. A motivação para pedir vem em primeiro lugar pela praticidade e economia de tempo, segundo 77% dos entrevistados; 45% afirmaram ter essa opção para evitar desperdício.

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Agência Sebrae - Pequenos negócios de marmitas crescem 63% por ano desde 2018 no Vale do Ribeira