Em defesa da democracia, da educação pública e da carreira docente
Nos próximos dias 9 e 10 de dezembro, vai acontecer a eleição da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe). Antes do último debate entre os representantes das chapas que disputam o comando da entidade que representa os professores da maior universidade pernambucana, marcado para a terça-feira (3), no auditório Professor Paulo Rosas, na UFPE, publicamos artigos de opinião de apoiadores de cada uma das duas chapas inscritas.
Este é o artigo em defesa da Chapa 1, presidida por Ricardo Oliveira da Silva, professor do departamento de Química Fundamental.
por José Edeson de Melo Siqueira*
Nos dias 9 e 10 de dezembro, a comunidade docente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) terá a oportunidade de reafirmar seu compromisso com a democracia, a valorização da carreira docente e a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Nesse contexto, venho expressar meu apoio entusiástico à Chapa 1 – Adufepe Sindicato Democrático e Plural, que representa não apenas a essência da Adufepe, mas também um legado de quase cinco décadas de luta em prol dos direitos dos professores e do fortalecimento do ensino público superior no Brasil.
A história da Adufepe se confunde com a luta pela consolidação da democracia em nosso país. Nascida no calor da resistência ao autoritarismo no final dos anos 1970, a entidade sempre esteve na linha de frente, defendendo a anistia, a autonomia universitária e os direitos da comunidade acadêmica. A Chapa 1 personifica essa trajetória, reunindo colegas que não apenas participaram dessas batalhas históricas, mas que também continuam ativos na defesa das universidades públicas, da ciência e da valorização da carreira docente.
Entre as inúmeras conquistas alcançadas pelo movimento docente com amplo apoio e.protagonismo da Adufepe, destaco o papel decisivo na ampliação do ensino superior público por meio do REUNI, que interiorizou as universidades federais, ampliou o número de vagas para estudantes, ampliou a contratação de professores e de servidores técnicos administrativos fortalecendo socialmente a estrutura das universidades públicas federais. Além disso, foi fundamental na consolidação de uma carreira docente que permite que todos os professores alcancem o topo da carreira, incluindo o nível de professor titular, e na estruturação das carreiras de ensino básico, técnico e tecnológico (EBTT).
Mais recentemente, participou da criação do Observatório do Conhecimento demonstrando a capacidade dessa entidade de se reinventar frente aos novos desafios. Em tempos de ataques às universidades públicas, cortes de financiamento à ciência e uma política negacionista e autoritária que ameaçou a produção científica, o Observatório tornou-se uma trincheira em defesa da ciência, tecnologia e inovação como pilares do desenvolvimento nacional. A Chapa 1 não apenas reconhece essa luta, mas a encarna de forma corajosa e proativa.
O momento atual exige unidade, experiência e determinação. Enfrentamos tempos sombrios, marcados pela tentativa de desmonte das instituições públicas e ataques aos servidores que dedicam suas vidas à construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Por isso, mais do que nunca, precisamos de uma Adufepe democrática e plural comprometida com os interesses da carreira docente, das universidades públicas e da nossa UFPE.
A Chapa 1 é formada por professores que nunca fugiram da luta e que sempre estiveram abertos ao debate de ideias. Suas trajetórias comprovam que não basta resistir; é preciso avançar, construindo pontes e articulando ações no cenário nacional para defender as instituições federais de ensino superior e os valores que elas representam.
Por tudo isso, convido todos os colegas a refletirem sobre o que está em jogo nessas eleições e a apoiarem a Chapa 1 – Adufepe Sindicato Democrático e Plural. Juntos, continuaremos a lutar por uma universidade pública, gratuita, democrática e de qualidade, e por uma carreira docente cada vez mais valorizada. Presente!
*Ex-presidente da Adufepe e ex-integrante da coordenação nacional do Observatório do Conhecimento
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