Evento em defesa da democracia lembra os dois anos dos atos golpistas em Brasília e reforça pedidos de punição

Por Agência Câmara

Participantes do evento em defesa da democracia promovido pela Presidência da República nesta quarta-feira (8) destacaram que os atos golpistas de 2023 representaram um ataque à Constituição e ao povo brasileiro. O ato marcou os dois anos dos atentados ocorridos em 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

A 2ª secretária da Câmara, deputada Maria do Rosário (PT-RS), sustentou que Brasília representa cada brasileira e cada brasileiro que não recebeu a democracia como um legado e sim conquistou esse direito com participação, trabalho e dedicação. A deputada afirmou ainda que todos gostariam que as manifestações de ódio e horror do 8 de janeiro jamais tivessem existido e defendeu punição para todos os envolvidos.

“Não podemos ser tolerantes com os intolerantes. Não podemos homenagear o fascismo, o ódio político. Precisamos aprender com a história. E, se estamos aqui, é porque entendemos que aqueles que tentam romper a democracia não devem ter, de nossa parte, a leniência, não podem ser esquecidos, porque o nosso objetivo primeiro é a Constituição, é a República, é a liberdade, é o povo brasileiro”, disse Maria do Rosário.

Também para o presidente em exercício do Senado, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), o maior alvo dos atos golpistas foi a sociedade brasileira. Ele destacou que o 8 de janeiro representou o ápice de um movimento prolongado, de narrativas que desejavam o pior para o País, com a volta das arbitrariedades, da tirania e da tortura.

"Ainda estamos aqui"
“Ainda estamos aqui para dizer que estamos vivos, e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023”, discursou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula sustentou ainda que, caso o golpe tivesse dado certo, muitos que estavam ali presentes agora poderiam estar presos, sendo torturados ou mortos.

O presidente da República também ressaltou o valor absoluto que confere à democracia, único regime, segundo disse, em que um torneiro mecânico pode chegar à presidência de um país como o Brasil.

“Não é possível que alguém consiga imaginar que existe uma melhor forma de governança, de qualquer lugar do mundo, fora da democracia. A democracia é tão boa que permitiu que um torneiro mecânico sem diploma universitário chegasse a presidente da República na primeira alternância concreta de poder neste país. Isso só pode acontecer na democracia, não pode acontecer em outro regime.”

Punição
Luiz Inácio Lula da Silva também garantiu que todos que atentaram contra a democracia no 8 de janeiro serão punidos. “Todos pagarão pelos crimes que cometeram. Todos. Inclusive os que planejaram o assassinato do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral", afirmou.

Lula ressaltou que todos terão amplo direito de defesa e direito à presunção de inocência. "Defendemos e defenderemos sempre a liberdade de expressão, mas não seremos tolerantes com os discursos de ódio, as fake news, que colocam em risco a vida de pessoas, com a incitação à violência contra o Estado de Direito.”

Prêmio Eunice Paiva
Durante a cerimônia em defesa da democracia, o presidente assinou um decreto que institui o Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia. Eunice Paiva foi mulher do deputado federal Rubens Paiva, que foi cassado e preso na ditadura. Rubens Paiva desapareceu na prisão e seu corpo nunca foi encontrado. Eunice Paiva se tornou uma defensora dos direitos humanos, principalmente dos povos indígenas, e símbolo da luta por democracia.