Em nota, a DPU disse ver com preocupação e repúdio à aprovação do Projeto de Lei nº 753/2025, de autoria do deputado Alex Brasil (PL).
A lei veda a adoção de cotas e de políticas afirmativas tanto por instituições públicas estaduais de ensino superior, como para instituições que recebam recursos do governo catarinense.
De acordo com a defensoria, a medida representa um grave retrocesso social, além de ser inconstitucional por afrontar princípios fundamentais da Constituição Federal, em especial o da igualdade material, colocando em risco avanços históricos no reconhecimento de direitos de populações negras, indígenas e quilombolas.
Projeto
A lei impõe multa de R$ 100 mil para editais que não respeitarem a vedação e a abertura de procedimento administrativo disciplinar contra agentes públicos por ofensa ao princípio da legalidade.
Na justificativa da matéria aprovada, o deputado Alex Brasil afirma que a adoção de cotas fundadas em outros critérios, que não o estritamente econômico ou de origem estudantil em escolas públicas, suscita controvérsias jurídicas e pode colidir com os princípios da isonomia e da impessoalidade, ao criar distinções que não necessariamente refletem situações de desvantagem.
Na avaliação da DPU, a tentativa de extinguir cotas no estado evidencia os discursos racistas e excludentes, associados à resistência à ascensão social e à maior presença de grupos historicamente marginalizados em espaços acadêmicos e institucionais.
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