O Rio Branco, clube de futebol com sede em Americana, quer um deságio (desconto) de 85%, além de um prazo de 180 meses (15 anos) para pagar a maior parte de suas dívidas, estimadas em R$ 6,6 milhões. As informações estão no plano de recuperação judicial da agremiação, apresentado em julho.
Pela proposta, receberão os créditos nessas condições duas das três classes de credores listados no processo: os quirografários (créditos sem garantia) e as micro e pequenas empresas. O time pede dois anos de carência, contados a partir da aprovação do plano, e pretende pagar as dívidas em 180 parcelas mensais, totalizando 17 anos de recuperação.
Ficam de fora desse cenário apenas os débitos trabalhistas. Para os seus ex-funcionários, a proposta do clube é de pagamento integral da dívida em parcela única, sem juros, em até um ano. Essa regra, contudo, vale apenas para dívidas de até 150 salários mínimos, ou seja, R$ 198 mil.
Em dificuldades financeiras, o time pediu a recuperação em março deste ano. Desde então, todas as penhoras e bloqueios judiciais de valores foram suspensos para que o clube tivesse “fôlego” para elaborar um plano de pagamento de suas dívidas.
Entre os recursos que eram depositados em juízo e passaram a entrar nos cofres do clube estão as cotas da FPF (Federação Paulista de Futebol), renda de bilheteria dos jogos e parcelas sobre a venda de jogadores.
Para garantir a viabilidade da proposta, a defesa do Rio Branco juntou ao plano o laudo de uma empresa de consultoria, com projeção de receitas durante os 17 anos de recuperação. Além das receitas com o futebol (bilheteria e direitos de jogadores), o clube afirma que vai arrecadar recursos com aluguéis e um programa de sócio-torcedor.
Para entrar em vigor, esse plano precisa ser aprovado em uma assembleia geral de credores. Do contrário, a Justiça pode solicitar a elaboração de uma nova proposta ou decretar a falência da agremiação, que disputa a 4ª Divisão do Futebol Paulista.
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